terça-feira, 16 de outubro de 2007

terça-feira, 9 de outubro de 2007

O Serrano
Boletim Informativo da CDU—Serra do Caramulo
Julho 2007 Página 4

Já lá vão 150 000 Euros!

E o Caramulo continua sem água ao domicílio!

O Caramulo está cheio de histórias em torno da água. A sua terra não produz sem água e muitas gerações viveram da agricultura. Depois veio a urbanização com a Estância mas a distribuição deixou de fora a parte o núcleo primitivo que foi as Paredes. Esta zona urbana tem sido recuperada mas aqueles que não herdaram umas horas numa partilha de águas não têm acesso à rede pública. A situação tem-se arrastado perante a incompetência da Junta e da Câmara e que há cerca de 6 anos estabeleceram um contrato com a Sociedade do Caramulo por cerca de 150 000 Euros por cinco anos pela água e pela respectiva rede. Hoje as contas não são claras e por isso não sabemos sequer se as receitas da venda da água cobrem o contrato. O negócio deve continuar a interessar à Sociedade que tem uma rede de captações e distribuição que nunca foi licenciada e tudo indica que a Câmara continua a protelar a resolução do problema enquanto espera por uma ocasião propícia para a entregar o negócio a uma das sua empresas privadas favoritas.
Entretanto, há mais de cinco anos, diversos residentes continuam à espera de ligação à rede. As promessas têm sido muitas mas a situação é desesperante e injusta.
Para uma terra que aspira justamente a ser um centro turístico da região, esta situação é inaceitável e não contribui para o seu desenvolvimento.
O Serrano
Boletim Informativo da CDU—Serra do Caramulo
Julho 2007 Página 3

As palavras oficiais sobre o Caramulo são:

Cabritos, confrades e mel!


O discurso oficial sobre o Caramulo continua a ser sobre o seu brilhante futuro como terra de turismo. As suas condições naturais são boas, mas o discurso não tem passado de palavras bonitas, ou então de Confrarias de um cabrito como prato gastronómico inventado não se sabe por quem. Cabritos na serra sempre tem havido e bons mas isso não chega para símbolo gastronómico ou produto com denominação de origem. Para isso é preciso um trabalho competente e paciente de caracterização da carne e das raças para depois formar uma associação de criadores e um sistema de certificação e controlo da produção. É um processo seguro e indispensável para o desenvolvimento regional mas necessita de ser dirigido e apoiado oficialmente.
As iniciativas de divulgação e atracção turística desempenham um papel importante no desenvolvimento turístico regional, mas devem ser sérias, radicar na história e cultura regionais e o cabrito do Caramulo não passa de um pretexto para uns almoços mais ou menos pagos por dinheiros públicos. É a mesma superficialidade de folclore barato que o associou a uma Feira de Mel realizada no Caramulo em Junho! Nesse tempo ainda não há mel na serra. Uma feira nesta altura só pode servir para vender os restos do mel do ano anterior. No Caramulo seria mais natural associar mel e castanhas mas isso qualquer serrano sabe, só lá para Outubro ou Novembro.


O Serrano
Boletim Informativo da CDU—Serra do Caramulo
Julho 2007 Página 2

A Escola Básica do Caramulo em perigo?

Tem circulado com alguma insistência que o Segundo e Terceiro Ciclo da Escola do Caramulo vão encerrar ficando apenas o Primeiro Ciclo, isto é, a antiga escola primária. Os alunos destes ciclos residentes na serra seriam transportados para o Campo de Besteiros e os alunos das escolas primárias da serra seriam concentrados no Caramulo.
Pelo que temos visto deste governo e dos seus responsáveis pela Educação, um plano destes não nos espanta. Mas também não o aceitaremos e lutaremos contra ele.
Todos os nossos jovens passariam a viajantes diários para longe de casa. Os mais novos da serra para o Caramulo e os mais crescidos para o Campo. O processo seria irracional e prejudicaria o processo de aprendizagem dos jovens.
Provavelmente ganhariam umas empresas de transportes que naturalmente aproveitariam um mercado garantido. Mas perderiam as populações da Serra que beneficiam de uma escola básica próxima, que é simultaneamente factor de desenvolvimento pelas várias valências de formação e movimento económico, que uma primária nunca pode representar.
Como sabemos a construção da rede de escolas públicas no concelho tem obedecido apenas a interesses e influências locais de partidos de direita, mas com a criação da escola do Caramulo, concretizando uma velha aspiração local, a serra ficou servida com um conjunto de escolas de alguma qualidade.
Pelo que conhecemos da Carta Educativa do Concelho de Tondela, que deve ser, a nível municipal, o instrumento de planeamento e ordenamento prospectivo de edifícios e equipamentos educativos, este processo não está previsto em qualquer plano.
A CDU vai procurar apurar a veracidade destes boatos e estará atenta às acções do ministério que já nos habituou a não respeitar as cartas educativas em diversos concelhos.

O Serrano

Boletim Informativo da CDU—Serra do Caramulo
Julho 2007 Página 1



O mato já tomou conta dos pinheiros da Formiga!

A Formiga é aquele monte entre o Carvalhinho e o Cadraço do outro lado do Ceidão. E estamos lembrados que há meia dúzia de anos a Junta participou aí num projecto de florestação de um grande terreno baldio com pinheiros. Mas, como se sabe não basta plantar e abandonar a plantação. O mato e as ervas crescem rápido e enquanto as árvores “não vêem acima” têm que ser roçados.
Hoje não se consegue ver um pinheiro novo na Formiga, tudo voltou a ser como era antes em que o mato era alto. Agora ainda mais alto porque o terreno foi mexido.
O dinheiro era, com certeza, público e foi perdido por abandono, incúria e incompetência.
Hoje, em vez de uma zona florestada e limpa existe mato alto que é um potencial pasto de chamas que podem ainda pôr em perigo a floresta contigua situada acima. E ainda por cima os responsáveis florestais não limpam os caminhos nem fazem aceiros, que ali já existiram e conseguiram preservar a mata durante tantos anos.
Este ano com um crescimento excepcional da vegetação espontânea devido às chuvas que se prologaram pelo verão, o perigo é ainda maior e devemos exigir dos responsáveis a maior atenção, vigilância e especialmente trabalhos de limpeza