PIDDAC 2008 PARA O DISTRITO
CONFIRMA APOSTA DO GOVERNO NO SUBDESENVOLVIMENTO
Pelo caminho que as coisas levam é imperioso perguntar se no fim da legislatura PS ainda haverá PIDDAC (Programa de Investimento e Despesa de Desenvolvimento da Administração Central) para o Distrito de Viseu.
Em três anos o Distrito perdeu de dotações directas no PIDDAC, 71 milhões de euros (56,5 por cento), passando de 125 milhões em 2005, para 54 milhões de euros em 2008.
Estes números confirmam que o Governo PS não tem uma estratégia para desenvolver o Distrito (como a não tem para o País), litoralizando cada vez mais o investimento público em vez de o canalizar para esbater as assimetrias regionais e o subdesenvolvimento das regiões do interior.
Com o investimento previsto no PIDDAC para 2008, o Distrito de Viseu não só vê alargar-se o fosso em relação aos distritos do litoral, como diverge, pela negativa, de distritos do interior, nomeadamente da Guarda e de Castelo Branco.
É escandaloso e imoral que no seio do próprio distrito haja concelhos sem qualquer dotação em PIDDAC em anos consecutivos, como sejam Penedono pelo terceiro ano, Moimenta da Beira e Tarouca pelo segundo ano, e outros cujas verbas, de tão irrisórias, prefigurem idêntica situação de intolerável discriminação negativa.
Vendo adiadas continuamente obras estruturantes e prioritárias para o Distrito, a DORV propôs ao Grupo Parlamentar do PCP, que por sua vez as levou à discussão na especialidade do Orçamento de Estado para serem incluídas em PIDDAC, 40 propostas de obras com cabimento orçamental, abrangendo todos os concelhos e outras que, situando-se embora num ou noutro concelho são manifestamente de interesse distrital ou pluriconcelhio.
Projectos e obras como a instalação da Universidade Pública de Viseu, as ligações rodoviárias condignas de Resende e Cinfães à A24, o Matadouro
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Público de Viseu, a ligação rodoviária Sátão/Viseu, o Interface Rodo/Ferroviário de Mangualde, as novas Escolas do 2º e 3º Ciclos e os Jardins de Infância, na cidade e periferia do Concelho de Viseu, as ligações Ferroviárias à linha da Beira Alta e a Aveiro (linha do Vouga), a adaptação do ex-Sanatório Bela Vista, no Caramulo, a Pousada da Juventude, para só citar algumas.
Terminado que foi o debate na especialidade e votadas as propostas, chegou o momento de dar a conhecer o sentido de voto dos diferentes grupos parlamentares, sobretudo dos que têm deputados eleitos pelo Distrito de Viseu.
Dando mostras dos tiques de arrogância característicos do Governo Sócrates, o Grupo Parlamentar do PS votou contra todas as propostas do PCP para o distrito, sem que tivesse apresentado qualquer alternativa, no que foi seguido pela direita dos interesses, provando mais uma vez que no essencial da orientação politica do Governo, que serve os grandes grupos económicos situados essencialmente no litoral, PS, PSD e CDS estão de acordo.
Bem podem agora os dirigentes distritais do PS, para aliviarem a sua má consciência, trazer até nós governantes, numa tentativa de tapar o sol com a peneira, prometendo investimentos na área da saúde quando já decidiram encerrar mais SAPs e mantêm em lista de espera o novo Hospital de Lamego, ou vir falar de novas estradas, ICs e Auto-Estradas, quando as vias rodoviárias estruturantes no distrito têm anos de atraso devido à obsessão do Governo pelo défice e consequente corte no investimento público. Ou anunciar o comboio de alta velocidade, sem explicarem às populações para que serve um comboio que afinal nem vai parar na cidade.
Os dirigentes do PS até podem assobiar para o lado fingindo não dar importância às propostas do PCP, mas não será por isso que elas têm menor validade, ou correspondem menos ao sentir das populações. Como no passado, resta-nos a certeza de que elas virão a ser adoptadas, quando a luta impuser a derrota da política de direita e a alternativa política surgir a par com uma política alternativa ao serviço do desenvolvimento harmonioso e justo do país.
Viseu, 4 Dez. 2007
A DORV do PCP
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